Eliana Maria Lemos
A vigésima primeira edição do Big Brother Brasil mal começou e já está dando muito o que falar. Não é atoa que praticamente todos os dias, desde a estreia, no último dia 25, o programa vai para os Trending Topics do Twitter e do Instagram. Está na boca do povo e, também, de celebridades de peso como Emicida, Lázaro Ramos, entre outros.
Iniciada em 2020, com grande sucesso, a experiência de reunir anônimos e famosos na casa mais vigiada do Brasil está sendo repetida nessa edição e já está provado que, mais uma vez, a produção do programa acertou em cheio.
Entre as celebridades que aceitaram o desafio de se exporem para o grande público de forma nua e crua, em alguns casos nem só no sentido figurado da expressão – (volta e meia alguém esquece das câmeras e acaba mostrando um pouco a mais para o deleite dos assinantes do pay per view) – estão o ator e cantor Fiuk, os rappers Projota e Karol Conka, os atores Lucas Penteado e Carla Diaz, o sertanejo Rodolffo, e os digitais influencers, Viih Tube, Nego Di, Camilla de Lucas e a cantora de funk Pocah. Eles integram o que a produção nomeou de Camarote.
No grupo classificados como Pipoca, tem gente de vários estados brasileiros, incluindo o Espírito Santo que emplacou, nessa edição, dois representantes com o mesmo perfil, ambos são fortes e malhados e ganham a vida como preparadores físicos. O primeiro é Arthur Picoli, de 26 anos, natural de Conduru, o outro tem o nome esquisito de Arcrebiano Araújo, 29, e compreensivamente, prefere ser chamado de Bil. É de Vila Velha, mas mora em Goiânia.
O resto do time têm professor, economista, advogada, fazendeiro, dentista e especialista em marketing digital.
Se na edição passada os famosos que participaram do programa saíram vencedores, mesmo não ficando em primeiro lugar, graças aos milhares de seguidores que conquistaram com a visibilidade dada pelo programa, convertidos em negócios muito lucrativos, ganhando bem mais que o milhão e meio de reais que a Rede Globo paga para o primeiro colocado; a situação não tem se mostrado a mesma para a maioria das celebridades que estão no BBB 21.Além de perder admiradores, alguns estão sendo cancelados nas redes sociais, graças à postura adotada na casa até então.
Quem mais perdeu e já caiu em desgraça com o público é a Karol Conka. A cantora, que tinha um grande número de fãs, graças às suas músicas e postura de mulher preta empodeirada com consciência social, foi uma decepção para muitos, incluindo vários famosos que se mostraram indignados com a falta de empatia e a maldade que tem mostrado no trato com seus colegas de confinamento, em especial com o ator Lucas Penteado – que após encher a cara na primeira festa despirocou geral e falou um monte de besteira desestruturando os outros jogadores – e a advogada nordestina Juliete, que virou alvo da rapper por causa do jeito espontâneo.
Chamada de xenófoba no Twitter, depois que debochou da outra e se exaltou como sulista bem educada de Curitiba, ela tombou feio depois que passou a perseguir e fazer bullying com Lucas, a ponto de ter até movimento em frente aos Estúdios Globo, no Rio, para pedir a expulsão da cantora.
A estratégia da produção em misturar famosos e anônimos, deu uma sobrevida ao BBB que já não registrava os mesmos índices de audiência do começo. Além de atrair o público de casa, as celebridades também movimentam as redes sociais ao agregarem na torcida personalidades com milhões de seguidores, como a atriz Bruna Marquesine, a cantora Anitta e o jogador Neymar. Isso é revertido numa procura grande das empresas para anunciar produtos e serviços no programa garantindo a emissora uma lucratividade enorme.
Outro ponto importante registrados na edição passada e a atual é o debate de temas sociais importantes como o machismo e o racismo. Duas manchas da sociedade brasileira que diariamente vitimizam pessoas em todo o País.
Em ressumo, o BBB 21 que foi esticado para cem dias já é um sucesso garantido para a Rede Globo. Mesmo quem torce o nariz quando fala do programa, vez ou outra acaba lendo algo ou se aventura a dar algum pitaco sobre o assunto. Quer queira ou quer não queira, nesses tempos de pandemia com tantas mortes, desemprego e crise econômica, cuidar da vida dos outros tem se mostrado um ótimo remédio.
* A autora é jornalista, roteirista, escritora, pesquisadora do Instituto Ipsos e articulista exclusiva do Jornal Correio9
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