Elias de Lemos (Correio9)
Desde que começou a pandemia, muitos hábitos pessoais e sociais mudaram. Recomendações como a higienização das mãos, o uso de álcool em gel e máscaras, manutenção de distância de, pelo menos um metro entre as pessoas e evitar aglomerações. Enfim, sair de casa somente em caso de necessidade. No entanto, não é isso que está sendo visto em Nova Venécia.
O comércio em geral tem feito a sua parte, os bancos e postos de pagamento de contas têm se esforçado para manter a organização das filas. Porém, os mesmos cuidados não são levados em conta por bares afastados da região central da cidade, onde as aglomerações estão acontecendo como se a pandemia não existisse.
Basta uma volta rápida para constatar a negligência em relação ao risco de contágio e transmissão do vírus. Por todos os bairros, o que se vê são mesas cercadas de pessoas conversando, comendo e bebendo. Apertos de mão acontecem naturalmente e o uso de máscara é abolido nos finais de semana pelos frequentadores de bares.
Mas, o risco existe! Basta observar que no dia 20 de maio Nova Venécia tinha 12 casos notificados, porém, 12 dias depois, no dia 02 de junho as notificações já somavam 48, um salto de 300%.
Hoje, o novo coronavírus está espalhado por 14 bairros da cidade, 5 localidades do interior e mais 2, cujas localizações não foram identificadas; portanto, ele pode estar em qualquer lugar e bem perto.
Os decretos municipais e governamentais e as campanhas de conscientização parecem não atingir os bairros periféricos. Sem fiscalização, os finais de semana têm sido movimentados nesses locais.
E, a cada atualização dos novos casos, feita pelo Correio9, leitores e mais leitores sugerem (nas plataformas digitais) medidas de fiscalização e inibição das aglomerações. Sugestões como a proibição de venda de bebidas alcoólicas, de multas pesadas para os donos de bares e, inclusive, de um disk-aglomerações, como fez a Prefeitura do Rio de janeiro.
Lá, o município criou o Disk-Aglomeração, serviço da prefeitura para receber denúncias de aglomerações de pessoas, disponível no WhatsApp.
O serviço automático consiste em um passo a passo que pede localização precisa da aglomeração, tipo de evento, entre outras informações. A reclamação é protocolada e pode ser averiguada.
O serviço funciona de forma simples. Ao entrar no aplicativo de mensagem, basta o usuário dar um “oi” para que o menu com opções apareça. Ao selecionar o serviço o robô informa que as denúncias são registradas e consolidadas para subsidiar o planejamento das operações de fiscalização. Os casos mais críticos e urgentes são priorizados e executados no prazo de até 8h.
O sistema também explica que a denúncia pode ser feita pelo portal e pergunta se o usuário deseja fazer a solicitação por ele.
No entanto, em Nova Venécia, ainda não há nenhuma proposta nesse sentido; enquanto isso as aglomerações continuam, bem como o avanço da transmissão do novo coronavírus.
Veja algumas sugestões dos leitores do Correio9:
Tânia Márcia Zulke: Um telefone que atenda aglomerações em bares e churrasco em família/amigos.
Fernanda Castro: Ah povo! Vai ser difícil… As festas não param! Churrascos também! Finais de semana ê trem bom! Vamos chamar os amigos, compartilhar as emoções e o dito vírus será que não vem? Uns dizem: vem não! Estamos todos bem! Assim seja! Mas, depois! Corre faz exame, meu Deus! Porque eu fui? Agora te digo: respeite! Para que depois aquela festa, aquele abraço, aquele aperto de mão e o beijo tão esperado possam chegar cheio de alegria e amor! Ajude seu amigo, faça festa depois! Eu fico triste em ver a falta de obediência do povo. Eu e minha família não vamos a lugar nenhum. Também não recebo ninguém. Não sou ignorante. Pelo contrário amo a minha vida e a de vocês também. Aqui só vamos sentir o cheiro do churrasco e ouvir os parabéns… Será que é onde? É só sair na sacada que vê. E, logo, clamamos: oh meu Deus cuide deles! Vai passar. Aguente!
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