Elias de Lemos (Correio9)
O verão está rachando! As temperaturas estão lá nas alturas e a solução é muita água! E Nova Venécia é farta de rios e cachoeiras. Mas, neste verão, uma cachoeira (ainda sem nome) está sendo a sensação dos aventureiros venecianos e tem recebido muitos visitantes, especialmente nos fins de semana.
O manancial fica próximo à região da Gameleira – na APA da Pedra do Elefante – dentro de uma área preservada da Mata Atlântica na propriedade de Antônio César Cunha, e possui uma particularidade: ela só se forma quando chove bastante no local. De acordo com frequentadores, em tempos secos, corre apenas um fio de água quase imperceptível, que deságua logo abaixo onde contribui para a formação do Córrego da Serra.
O local é bucólico, belíssimo e perfeito para se refrescar e, de quebra, curtir uma natureza preservada e exuberante.
A água cai como um véu formando uma cascata de uma altura aproximada de cinco metros e forma uma piscina natural. Da piscina, desce escorrendo entre pedras e logo abaixo forma mais uma piscina.
COMO CHEGAR
Para chegar ao local é preciso ter fôlego! São dois acessos, um pelas pedras por onde a água desce, e o outro por uma trilha.
A trilha é íngreme e, também, é pavimentada por muitas pedras. As duas opções oferecem desafios que precisam ser transpostos, mas, desde que sejam tomados os devidos cuidados são caminhos seguros.
A reportagem do Correio9 chegou ao local subindo pela trilha na última terça-feira (18). Quem decidir conhecer o lugar deve tomar algumas medidas.
É um ponto ermo, portanto, é desaconselhável ir desacompanhado, mas, em grupo. Mulheres devem se preocupar com a segurança e não irem sozinhas; o ideal é organizar grupo e serem acompanhadas. A cachoeira fica dentro de uma mata, que também é o habitat de inúmeros animais, então, não leve crianças e fique atento a possível aproximação de qualquer animal peçonhento.
Outra recomendação é que não é um lugar para fazer churrascos nem ingerir bebidas alcoólicas, pois isso potencializa o perigo. Leve sacolas para acomodar o seu lixo. Além disso, é preciso ter muito cuidado para evitar escorregões nas pedras, que geralmente estão molhadas e há lodo em várias delas.
A subida começa a aproximadamente 50 metros depois da frondosa árvore Gameleira, no entanto, quem se aventurar deve ir com alguém que já conheça o local porque a queda d´água fica bem escondida. Logo na entrada há uma bifurcação, sendo que a da direita vai até às pedras e também leva para a subida à Pedra do Elefante; e a da esquerda (por onde subimos) oferece uma caminhada de aproximadamente 180 metros. Depois, é só virar à direita e seguir por uma pequena trilha.
Por pouco essa reportagem não seria publicada porque a equipe não conhecia o lugar e já havia desistido da procura. Porém, ao fazer o caminho de volta, um detalhe chamou a atenção: uma pequena pedra, de cor roseada, amarrada em um tronco de uma árvore em um afluente à direita da trilha principal levou à dedução de que seria a sinalização de alguma coisa.
Assim, a curiosidade jornalística conduziu a equipe pela pequena trilha e logo a queda d´água foi encontrada. Era tarde de terça-feira e havia duas pessoas lá; e em seguida chegaram mais três.
AVENTUREIROS
A empresária Andreia Mosquem e o esposo, o bombeiro militar Maychon Vieira Amaral são frequentadores assíduos do local.
“Há mais ou menos uns dois anos e meio eu e o Maychon estávamos fazendo trilha ali naquela redondeza, quando ouvimos o barulho de água e decidimos seguir o barulho e ver onde dava. E chegando lá havia um poço com bem menos água do que está hoje, sem água descendo de cima e não formava aquela cascata antes, somente agora que choveu muito”, explicou ela.
Andreia é uma das divulgadoras da atração: “Mas, agora, como o fluxo de água está bem maior, lá está bem mais bonito, e como estou indo frequentemente lá e postando em minhas redes sociais, acabou que tomou uma proporção bem grande. E com isso recebo mensagens diariamente pedindo a localização. Com isso aumentou muito as visitas por lá! Sempre que tenho a oportunidade e necessito repor as energias vou até lá. Até porque aquela maravilha está bem perto de nós né (risos). Então, é bom aproveitar essa época, para irmos lá com mais frequência”.
O diretor-geral do Correio9, Billy Baldo, também fez questão de acompanhar a reportagem. “Eu vi algumas fotos e vídeos da cachoeira no Instagram de vários venecianos e isso me chamou a atenção na hora. Frequento toda àquela região desde a década de 1980 e eu nunca tinha ouvido falar que ali tinha cachoeira. A primeira vez que eu subi a Pedra do Elefante, em 1990, foi por uma trilha logo depois desta atual, cujo acesso era por trás da residência de Antônio César Cunha. Na mata, eu já tinha visto pequenos fios de água, onde até bebíamos para matar a sede durante a subida. No entanto, água numa quantidade intensa e grande como agora eu não havia visto ali. Tudo que diz respeito à cultura, ao patrimônio histórico, natural e paisagístico de Nova Venécia nós sempre defendemos e gostamos de publicar no jornal. Então, quando eu soube desta cachoeira, já pautamos o assunto para fazer uma matéria no local. Há reportagens que podemos fazer tranquilamente dentro de um escritório, mas, há casos como esse que precisamos estar lá, sentir o cheiro do mato, se arranhar nos galhos, suar, meter o pé na lama, no barro e depois lavar a cara e se banhar nas águas. Isso não tem preço! É o jornalismo que o Correio9 ama produzir”, disse Billy.
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