A enfermeira Géssica de Sá Soto, 26 anos, prestou depoimento na tarde desta terça-feira, dia 17, na Delegacia de Polícia Civil de Nova Venécia. Géssica foi ouvida pelo delegado Líbero de Penello por cerca de duas horas. Ela foi, brutalmente, agredida por três homens na madrugada de domingo, 15.
O relato da enfermeira, ainda, não foi divulgado, mas, logo que encerrou o depoimento, a sua advogada, Jaqueline Casoti, falou à imprensa. “A única coisa que a gente tem a dizer sobre esse caso é que é um caso de violência contra a mulher. Ela está muito machucada, tanto fisicamente, como psicologicamente. As investigações seguirão, no sentido de elucidar esse crime da melhor forma possível, conforme o trabalho que a Polícia Civil tem desempenhado”, afirmou.
Jaqueline disse, também, que o seu trabalho será o de contribuir para a condução processual a fim de esclarecer as responsabilidades pelo que ela classificou como “barbárie que foi feita contra a Géssica”. Ela foi taxativa ao afirmar que o objetivo da sua atuação é o de “penalizar civilmente e materialmente os responsáveis por isso e indenizá-la dos prejuízos que ela sofreu”.
Jaqueline disse que como o processo está em andamento, ainda, não é possível tipificar os crimes. Em suas palavras: “Neste momento, eu ainda não posso responder a esta pergunta porque atrapalharia o desenrolar da investigação policial. Oportunamente, quando a denúncia já estiver sido oferecida e o processo judicializado, aí nós podemos tecer maiores considerações. Mas, por hora, o nosso objetivo é o de não atrapalhar o processo de investigação que está sendo realizado pela Polícia Civil”, disse a advogada.
A enfermeira foi recebida sob aplausos e palavras de apoio diante de um grande grupo de pessoas que protestou em frente à DP. Sua mãe, Elizabeth Galvão de Sá, acompanhou a filha no depoimento e externalizou seus sentimentos: “Meu coração está despedaçado. Às vezes, não tenho nem palavras para falar, porque o que fizeram com a minha filha foi uma brutalidade. Tem três dias que ela não come e só bebe um pouquinho de água. Eu tenho que ficar olhando ela durante a noite toda para que ela não se engasgue”, disse a mãe emocionada.
Em relação à cirurgia no maxilar de Géssica, Elizabeth disse que tem a expectativa de que ocorra logo, segundo ela, “o médico só está esperando desinchar mais. Ele passou mais remédio e amanhã irá fazer alguns exames. A expectativa é de que seja feita até esta quarta-feira”, concluiu.
Ela manifestou gratidão pelo apoio que vem recebendo de toda a cidade e da região. “Este crime atingiu a todos, porque é uma coisa que fez as outras pessoas se colocarem no lugar da Géssica, todos entenderam que poderia acontecer com qualquer um. Foi com a minha filha, mas poderia ser outra pessoa que cruzasse o caminho dessa gente”, disse a mãe.
Ao final da declaração, dona Elizabeth disse que gostaria de estar com os agressores e perguntar a eles o motivo. Se eles não se arrependem do que fizeram.
DOIS ACUSADOS DA AGRESSÃO SÃO PRESOS
Os três jovens acusados de agredirem a enfermeira Géssica, no último final de semana, em uma festa na cidade Nova Venécia, já foram ouvidos pela polícia.
Braz Veloso Pianissoli e Allender Paixão foram ouvidos na última segunda-feira (16). Os dois negaram as agressões à Géssica. Ambos foram liberados no mesmo dia.
Breno Ferreira Pansiere, já fora ouvido pela polícia no último domingo (15), na Delegacia de São Mateus, onde o caso foi registrado, e também negou. O mesmo, também, foi liberado no mesmo dia e encontra-se em Nova Venécia.
Os depoimentos de Braz e Allender aconteceram no Fórum de Nova Venécia, com um esquema especial de segurança. Ao final, a saída dos dois acusados foi tumultuada temendo represálias por parte de parentes da enfermeira, que se encontravam no local.
Braz Veloso Pianissoli e Allender Paixão foram presos às 17:30 desta terça-feira. A prisão preventiva foi requerida pela Polícia Civil em conjunto com a Promotoria de Justiça de Nova Venécia ainda na segunda-feira, 16, e foi aceita pelo juiz criminal Ivo Nascimento Barbosa. Os mandados de prisão foram cumpridos hoje. Contra o outro suspeito, Breno, não foi decretada a prisão, pois ele foi liberado e deve prestar novos esclarecimentos brevemente.
Os dois foram levados para o Centro de Detenção Provisória, CDP, de São Mateus, e eles irão responder por tentativa de homicídio.
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