Fazer uma vaquinha
Na década de 1920, os fãs do time arrecadavam dinheiro para distribuir entre os jogadores em caso de vitória. O valor era inspirado em números do jogo do bicho e dependia do placar: uma vitória por 1 a 0 rendia um “coelho”, número 10 no jogo, e representava 10 mil réis.
O prêmio mais cobiçado era justamente a “vaca” – número 25, que representava 25 mil réis para os atletas. Vale acrescentar que esse prêmio só era pago em caso de vitórias históricas.
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O texto estipula: “Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento”.
Chorar as pitangas
É o ato de se queixar de algo, lamuriar. A explicação que Câmara Cascudo traz no livro Locuções Tradicionais do Brasil é a de que essa frase está associada à expressão portuguesa “chorar lágrimas de sangue”.
Arroz de festa
Já para Câmara Cascudo – e ele era especialista em expressões desse tipo – a culpa é do arroz-doce. A sobremesa era quase obrigatória nas festas do século 14, dado o paladar dos portugueses e brasileiros.
Logo o acepipe virou sinônimo daquelas pessoas que não perdem uma confraternização por nada. Como o arroz-doce aos poucos deixou de ser a principal guloseima, a expressão se modificou e deixou no seu lugar o arroz de festa.
Terminar em pizza
A solução foi terminar a reunião em uma pizzaria, onde a paz reinou depois de muita mussarela. O jornalista Milton Peruzzi, que acompanhava o imbróglio, registrou a seguinte manchete no Gazeta Esportiva: “Crise do Palmeiras termina em pizza”.
A expressão voltou a ganhar força na época do impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, em 1992.
Esse processo de retirada do governante ainda era novidade para a maior parte da população, e o termo em inglês não facilitava o entendimento (ou sua pronúncia). E, como muitos ainda duvidavam que Collor fosse mesmo punido, em vez de “terminar em impeachment”, dizia-se que o caso “terminaria em pizza” (até a sonoridade é parecida). Por isso, até hoje, o termo segue muito associado a escândalos políticos.
Matar cachorro a grito
Chato de galocha
Como ela tem a missão de reforçar o calçado, a primeira hipótese é de que a expressão tenha surgido justamente para destacar o quão insuportável uma pessoa pode ser: um chato resistente e reforçado.
Não gostou? Pois a segunda hipótese é mais legal: antes das ruas serem asfaltadas, o uso de galochas era bem mais comum. As pessoas saiam à rua com elas, e era a primeira coisa que tiravam ao chegar em casa (ou na casa de alguém).
Chatos de galocha seriam as visitas inconvenientes que, cheias de senso de importância, entravam na casa dos outros com galocha e tudo, lançando lama para todo lado.
Está tudo como dantes no quartel d’Abrantes
Uma das primeiras cidades a ser invadida foi Abrantes, onde o general Jean Andoche Junot instalou seu quartel sem grandes dificuldades. Como dom João VI e toda a corte portuguesa haviam fugido para o Brasil e a população não resistiu à invasão, a tranquilidade com que o general mantinha seu poder fez nascer a expressão “Está tudo como dantes no quartel d’Abrantes”, já que por lá nada parecia ter mudado.
Corredor polonês
Com a ascensão do partido nazista e a chegada de Hitler ao poder, as forças armadas alemãs tomaram a região em 1939. Os poloneses foram encurralados pelo exército de Hitler, posicionado dos dois lados do “corredor”. Hoje, a expressão é usada para nomear uma passagem estreita formada por duas fileiras de pessoas.
Erro crasso
Crasso dividiu o poder com Júlio César e Pompeu em 59 a.C., no período conhecido como Primeiro Triunvirato. Obcecado por conquistar o Império Parto, na Mesopotâmia, o cara atacou a cavalaria inimiga em campo aberto com uma infantaria romana e teve seu exército dizimado.
Amigo da onça
Sempre levando vantagem sobre os outros e colocando seus amigos em situações embaraçosas, o Amigo da Onça é a inspiração para a expressão utilizada até hoje.
As paredes têm ouvidos
Um registro similar é encontrado no clássico medieval The Canterbury Tales, em que o autor, Geoffrey Saucer, descreve que “aquele campo tinha olhos, e a madeira tinha ouvidos”.
Outra versão conta que a rainha Catarina de Médici, esposa católica de Henrique II (rei da França) e perseguidora implacável dos huguenotes, protestantes franceses, fez furos nas paredes do palácio real para poder ouvir as pessoas das quais suspeitava.
Custar os olhos da cara
Elefante branco
O rei, por sua vez, presenteava os membros da corte com um desses raros animais. Apesar do custo e do grande trabalho em cuidar de um bicho desse tamanho, não pegava bem recusar o presente – afinal se tratava de um animal sagrado e um presente real.
Pagar o pato
Chutar o balde
Não há registro confirmado, mas alguns estudiosos afirmam que a origem dessa expressão está na execução pela forca. No passado, os condenados ficavam em pé sobre um bloco, colocavam a corda ao redor do pescoço, e aí o bloco era retirado para que ele fosse enforcado.
Supostamente, um balde também teria servido de substituto – e era chutado pelo executor na hora da morte.
Há também a lenda de que a expressão teria nascido a partir do chute que uma vaca dá no balde de leite, quando não está feliz com a ordenha.
Salvo pelo gongo
Outra explicação faz referência a uma antiga e bizarra invenção chamada “caixão seguro”: com medo de serem enterradas vivas, pessoas encomendavam caixões com uma corda ligada a um sino, que ficava fora da sepultura. Assim, seria possível avisar alguém, caso ela acordasse sepultada.
Por a mão no fogo (por alguém)
Três dias depois, a estopa era retirada e a mão do suposto herege era checada: se estivesse queimada, o destino era a forca; se estivesse ilesa, era provada sua inocência. Daí, botar a mão no fogo virou sinônimo de atestar confiança quase cega em alguém.
Voto de Minerva
Para escapar da pena capital – a morte -, Orestes pediu ajuda ao deus Apolo, que atuou como seu advogado em um julgamento presidido por Atena (que tem o nome de Minerva, na versão romana).
Como a votação do júri formado por 12 cidadãos terminou empatada, foi Atenas/Minerva, deusa da Razão e da Justiça, quem deu o voto decisivo, inocentando o camarada Orestes.
Calcanhar de Aquiles
Na intenção de torná-lo imortal, sua mãe o mergulhou no rio Estige, segurando-o pelo calcanhar – único local que as águas não o tocaram e, portanto, a única parte vulnerável de seu corpo. Na Guerra de Troia, Aquiles teria sido flechado justamente no calcanhar por Páris, que conhecia essa fraqueza.
Rodar a baiana
Andar à toa
Ao se aproximarem de um porto, os grandes navios são conduzidos por um barco pequeno, que os reboca pela toa. Enquanto são guiados, os marinheiros da embarcação maior não têm o que fazer e ficam à (mercê da) toa. No século 17, os portugueses já usavam a expressão com o sentido de fazer algo despreocupado, sem esforço.
O termo em inglês vive até hoje, com o significado original: tow truck é o nome dado aos guinchos de veículo. Andando dentro de um veículo guinchado, você não está dirigindo – está, literal e figurativamente, à toa.
Segurar vela
Na França, a expressão “tenir la chandelle” se refere a criados que eram obrigados a segurar candeeiros enquanto seus patrões mantinham relações sexuais. Mas o serviçal deveria ficar de costas para manter a privacidade…
Bode expiatório
Um deles contava com a participação de dois bodes: um dos animais era sacrificado e seu sangue aspergido no santuário. O outro, vivo, se tornava o bode expiatório, pois carregava simbolicamente todos os pecados dos filhos de Israel e era abandonado no deserto, para que todo o mal permanecesse distante do povo.
Bola pra frente
A cobra vai fumar
Santo do pau oco
Mudar da água para o vinho
Puxa-saco
Negócio da China
Cheio de nove horas
O marido, por exemplo, que não voltasse para casa antes desse horário estaria em apuros. Com o tempo, a expressão cheio de nove horas passou a fazer referência a pessoas meticulosas e cheias de regras.
Ter o rei na barriga
Cercada de tantos cuidados e acostumada com o bem-bom, a rainha passava a ser vista como arrogante aos olhos das outras pessoas. A comodidade era tamanha que esse cuidado também valia mesmo que o bebê em questão fosse um bastardo.
Só para inglês ver
Sem eira nem beira
Casa da mãe Joana
O cunhado dela, Luís I (rei da Hungria), ficou enfurecido e invadiu Nápoles, obrigando a até então rainha a fugir para Avignon, na França. Joana reinou na cidade e resolveu regulamentar os bordéis, que ficaram conhecidos como Paço da Mãe Joana. No Brasil, a palavra paço foi modificada para casa, mais popular.
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