Não sabe quem é ela? É a Marianne. Interessou? Ela é francesa, fez 226 anos e está solteira – como símbolo da República, ela é de todos. A moça surgiu durante a Revolução Francesa, em 1789, mas só no meio do século 19 foi batizada e se tornou imagem oficial da França e dos movimentos republicanos. Marianne passou a ser conhecida no Brasil a partir de 1994. O país teve cinco moedas em dez anos de hiperinflação e isso esgotou o estoque de homenageados famosos para as notas do real, que chegaria em julho daquele ano. Para se ter uma ideia, a nota de mil cruzeiros reais trazia a figura do quase anônimo educador Anísio Teixeira. Foi então que decidiram estampar nas cédulas de real a nossa querida Mari – segundo o Banco Central, “a efígie simbólica da república, interpretada sob a forma de escultura”. Repare que, além da coroa de louros, ela usa uma touca: é o barrete frígio (da Frígia, na atual Turquia), outro ícone republicano.
Nada de Getúlio Vargas, Santos Dumont, Oswaldo Cruz, Machado de Assis, Tiradentes ou Portinari. Nenhum desses brasileiros ilustres é tão querido pelo povão quanto a francesa Marianne. Basta uma rápida olhada nas notas de Real que a figura feminina salta aos olhos. Aquela mulher, que deu “as caras” pela primeira vez no nosso dinheiro ainda na época do Cruzado Novo, ganhou seu lugar nas notas de Real e desbancou as personalidades citadas acima e muitas outras que já foram homenageadas pelas moedas brasileiras.
Conhecida como Efígie da República, ela é a personificação do regime republicano e do próprio Estado onde esse regime vigora. A imagem é inspirada na obra “A Liberdade guiando o povo”, de Eugène Delacroix (1830) – que simboliza a Liberdade da República Francesa.
Hoje, o que se sabe é que Marianne representa a intensificação dos Valores da República e dos cidadãos franceses, ao ser simbolizada pela razão, nação, pátria e virtudes da república. A escolha de seu nome, portanto, especula-se ser uma junção dos nomes mais comuns entre as mulheres francesas, Marie e Anne.
No Brasil, a Efígie da República apareceu pela primeira vez na nota de NCz$ 200 (Cruzado Novo), reapareceu na de Cr$ 200 (Cruzeiros), sumiu durante o Cruzeiro Real, depois se fixou na primeira família das notas brasileiras do Real e, mesmo com a reformulação do design, ficou de vez na companhia de outros elementos como a garoupa (R$ 100), onça-pintada (R$ 50), mico-leão-dourado (R$ 20), arara (R$ 10), garça (R$ 5) e tartaruga marinha (R$ 2).
Para quem não lembra, o Real é a moeda corrente no nosso País desde 1994, quando o Brasil estava sobre o mandato do presidente Itamar Franco, mas sob o comando de Fernando Henrique Cardoso. Naquela época, cada Real valia um dólar, ou o equivalente a CR$ 2.750 (Cruzeiro Real). A nova moeda trouxe estabilidade de preços e controle inflacionário. Já sobre a escolha do nome ‘Real’ para a designação da nova moeda, há muitas especulações. Uma das mais utilizadas e conhecidas é de que o nome tenha influência da primeira unidade monetária do Brasil, o ‘Réis’. Além disso, buscava-se trazer o sentido de realidade, isto é, transmitir o real valor da unidade.
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