‘O microempresário Anquimar Dutra, ou Maszinho Dutra, como é conhecido, é candidato a deputado estadual pelo Podemos, nas eleições do próximo dia 7 de outubro. Aos 48 anos, casado com Josiane Gama Custódio Dutra, com quem tem 3 filhos, sendo duas gêmeas de 28 anos e um rapaz de 23, ele se apresenta como parte de uma geração de políticos que se sente cansada do modelo atual de se fazer política.
A vida pública de Maszinho começou com a realização de trabalho voluntário, com menores em situação de vulnerabilidade. Desde então ele não se afastou mais do que considera “uma missão”.
A entrevista abaixo é a primeira da série que o Correio9 começa a publicar, apresentando as ideias dos candidatos de Nova Venécia, à Assembleia Legislativa do Espírito Santo. Confira:
Correio9 – Qual a sua história de vida no que se refere à sua atuação social; quando e em que nível já esteve dedicado a alguma atividade na gestão pública?
MaS2inho Dutra – Antes quero falar sobre qual a relação com minha apaixonante e amada Nova Venécia, pois sou nascido em Itacibá, parto caseiro mesmo, no município de Cariacica. A família do meu avô materno, José Patrício do Reis, morava no Patrimônio do Poção. Minha mãe teve dois matrimônios. Casou-se com um proprietário de terras no São José do Campo Real – interior de Nova Venécia – com o qual teve dois filhos, João e Antonio (Totonho) da Silva, apelidado de Perigoso (risos). Após separação, casou-se novamente e mudou-se para Cariacica.
A melhor parte vem agora. O primeiro marido casou-se também e teve dois enteados. Com o passar dos tempos, nasceram filhos lá e cá.
Dos que nasceram de ambos os casamentos, passaram a ter convivência devido à ligação dos dois irmãos comuns. E para ajudar a complicar a história, minha irmã mais velha do segundo casamento, casou-se com o enteado do primeiro marido de mamãe. Família novamente unida. Ou seja, os irmãos dos meus irmãos são irmãos do meu cunhado, casado com minha irmã. Os irmãos de minha irmã são irmãos do marido (in memorian) dela, mas ela não tem ligação consangüínea alguma com meu cunhado nem com os irmãos dele, que são irmãos de nossos irmãos. Melhor parar por aqui (risos). Nas férias e feriados prolongados nosso destino era sempre Nova Venécia. Atualmente sou residente no Bairro Rúbia, em Nova Venécia.
Minha história de vida referente a atuações sociais seguia entre casa, trabalho e igreja.
Em um sábado pela manhã, indo à casa de minha mãe, três sobrinhos na faixa de 9 a 11 anos saíam para jogar futsal. Notei que mais adiante se juntaram a eles, outros meninos de idade maior, conhecidos no bairro por terem alguns vícios. Preocupado, acompanhei. Chegando à quadra, havia um torneio para meninos de até 16 anos. Faltando um dos times, solicitei ao organizador que incluísse os meninos na vaga para que não ficassem sem jogar a “pelada” deles. Resultado: Foram campeões!
De volta à rua em frente à casa de mamãe, a garotada estava eufórica – coisa de meninos – aos gritos de “é campeão!”, exibindo troféu e medalhas, chamou a atenção de outros meninos que me pediram pra entrar para o time.
Mas, qual time? Apenas fui acompanhar os meninos e assisti-los jogando. Alguns vizinhos me procuraram e disseram que não deixava os filhos irem à quadra jogar, pois achavam perigoso devido ao ‘tipo’ de jovens e adolescentes que frequentavam o local. Mas se fossem acompanhados comigo, eles liberariam.
Assim, a cada sábado o número aumentava. Vi na atividade esportiva, a oportunidade de tirar crianças, jovens e adolescentes da situação de risco social, da ociosidade, das drogas. Quatro meses depois estávamos participando da “Copa Pratic Sport de Cariacica” em quatro categorias com 117 atletas em suas respectivas categorias. Surgia, no papel, o “Projeto Gol Com Classe De Ações Sociais, Esportivo E Cultural Olímpia”. Isso chamou a atenção do, então, prefeito de Cariacica Aloizio Santos (in memorian), que me convidou ao seu gabinete para ouvir sobre os trabalhos que eram desenvolvidos e como funcionava.
Porém, Aloizio Santos disse uma frase que me fez pensar: “Menino, existem aqueles que escolhem a política e existem aqueles que a política escolhe”. Na ocasião havia um projeto na prefeitura parecido com o que eu desenvolvia, o “Bom De Bola, Bom Na Escola”. O prefeito me convidou para desenvolver o trabalho. Assim iniciou minha vida no meio político.
Correio9 – Quais são suas motivações para ingressar, ou estar, na política?
MaS2inho Dutra – Este cenário atual de descasos, corrupção, injustiças… Porém, ainda vejo na política a melhor forma de criar vias para o cuidado do nosso bem maior: a vida humana.
Temos uma Constituição que assegura direitos ao povo, como saúde, segurança, educação, mas ela se tornou um grande queijo suíço, com brechas, remendos, arranjos, que distanciam o povo de seus direitos e protege o político de má fé. Exemplo: queremos mais hospitais e unidades de saúde, certo? Mas hoje quem são os que mais se beneficiam com essas obras? Respondo: as empreiteiras e os políticos comprometidos com essas empresas, pois os poucos hospitais que temos e unidades de saúde, não tem médicos suficientes para atendimento e nem equipamentos para exames, se preocupam em fazer a obra, mas não com o seu funcionamento.
Logo, o que me motiva é estar na política para viabilizar a acessibilidade do povo àquilo que já lhe é de direito.
Correio9 – Como seu partido se posiciona em relação aos recorrentes escândalos nacionais de corrupção, e que papel seu partido tem no combate a esses crimes e aos políticos que os cometem?
MaS2inho Dutra – Temos que acabar com o grande absurdo que há em nossa lei, que protege os maiores bandidos de nossa nação, que abusam da confiança que o povo lhe dedica. Temos que acabar com o foro privilegiado/imunidade parlamentar e criar punições mais rígidas para àqueles que roubam a dignidade do povo. Já ouvi muitos dizendo ter vergonha de ser brasileiro. Mas eu ainda acredito que juntos podemos mudar o Brasil.
Correio9 – Como está desenvolvendo sua campanha: apenas com encontros diretos e reuniões com a população ou conta com uma equipe de cabos eleitorais?
MaS2inho Dutra – Quando desenvolvi os trabalhos na prefeitura de Cariacica, fiz muitos amigos. A maioria constituiu famílias, são pessoas de bem, são lideranças em seus bairros e gratos pelo trabalho realizado, abraçaram a causa por um bem comum.
Quando assessor do deputado Élcio Álvares, eu mantive contato e visitava, aproximadamente, 40 municípios, onde também criei raízes de amizades e parceria em diversos projetos culturais e sociais. Visitava e assistia famílias em diversos assentamentos e quando falei que havia recebido um convite para ser candidato a Deputado Estadual, logo me incentivaram e abraçaram a causa.
Então a minha caminhada está assim, um amigo que fala para outro amigo e me chama para me ouvir, que já convida outro e assim vai crescendo a corrente, com pés firmes no chão, passos seguros, sem sujar a cidade com panfletos espalhados aleatoriamente, com consciência ambiental também, que é importante.
Não aceitei o fundo especial de financiamento de campanha. Não julgo e nem condeno quem o aceitar, afinal, está dentro da lei. Porém, acho escandaloso, por isso peço ao eleitor que pense muito bem em quem votar. Se para pedir seu voto usam o próprio dinheiro do povo, imagina depois de eleitos? Meus cabos eleitorais são minha esposa e filhos, sobrinhos e alguns que pedem material para distribuir de forma voluntária.
Correio9 – Quais suas propostas para as políticas públicas que considera mais importantes no município de Nova Venécia, os recursos e as maneiras de implementá-las?
MaS2inho Dutra – O momento é de parcerias entre o Governo que vier a se instalar e os municípios, para analisarmos as demandas. Na Saúde pretendo destinar emendas para uma unidade móvel com atendimento odontológico, ginecologia e pediatria para o interior. Aquisição de equipamentos para exames de RX, cardiologia, mamografia, mini cirurgias, entre outros. Contratação de médicos para o Centro de Especialidades. A maioria dos pacientes ainda é direcionada a Grande Vitória e Colatina.
Educação: Sou a favor da obrigatoriedade para que filhos de políticos estudem em escolas públicas. Sendo assim, o político destinaria mais investimentos ao setor, pois por certo quer a melhor educação para seu filho. Hoje muitos políticos são donos de escola pública ou são financiados por elas. Então para quê melhorar a educação pública? Elaborar uma grade diferenciada, especial para alunos, filhos de agricultores. A maioria concilia o trabalho “pesado” na roça com estudos à noite ocasionando a evasão escolar, principalmente no período chamado de “panha de café”.
Meio Ambiente: Cerca Viva; incentivar o plantio de árvores na faixa compreendida como divisão de terras, principalmente região de pastos. Serve como sombra para o gado, habitação de pássaros e reprodução. Proteção e recuperação das nascentes.
Segurança: Existe um projeto de trazer uma Unidade da Polícia Militar mais próxima ao Centro. Vamos juntar vozes a essa necessidade e, também, direcionar emendas para aquisição de equipamentos e criação de Unidades Militares em bairros de maior incidência de sinistros. Sou a favor da criação da Guarda Municipal em todos os municípios do Estado, deixando com a Polícia Militar as situações de maior grau de complexidade.
Correio9 – Como pretende contribuir para superar os graves problemas da desigualdade social, das várias violências e dos preconceitos? Como pretende fazer isso?
MaS2inho Dutra – Precisamos investir na Educação e qualificação profissional, criando políticas que possibilitem a geração de emprego para absorver esse profissional ao mercado de trabalho. A nossa constituição coloca a todos em igualdade de direitos. Porém com diversos afluentes e o não cumprimento da mesma e a aplicação diferenciada sobre os menos favorecidos, trouxe a necessidade de formação de movimentos em diferentes classes, causando polêmicas e dissenções, com ideologias separatistas. Como combater isso? Sendo justos na aplicação das leis, independente de posição social, religião, cor, ideologia de gênero, etc.
Correio9 – Que mensagem você envia aos moradores de Nova Venécia. Por que o eleitor deve votar em você?
MaS2inho Dutra – O povo clama por mudança, por renovação. Eu não sou a mudança. Sou sim de uma nova geração de políticos que, cansado de tanta injustiça e desigualdade, me coloco à disposição do eleitor para representá-lo na Assembleia Legislativa. A grande mudança na política, este ano, está, justamente, no eleitor que tem buscado informações, conhecer seu candidato, analisar as propostas, que não votará em quem já tem mandato e não está representando e ou nem tempo teve de fazê-lo e já quer disputar uma vaga na Assembleia Legislativa, deixando bem visível que quer política como profissão.
O eleitor será o grande diferencial de renovação. Vejo candidatos dizendo-se merecedores de voto por serem ficha limpa, honestos e humildes. Saibam que ser ficha limpa não é atributo para merecer o voto e sim é obrigação do candidato ser ficha limpa, e ser honesto é formação de caráter que vem da educação e do seio da família. Quem é honesto, não fala que é, se pratica no dia a dia e conquista a confiança por ser honesto e não por dizer. Questão de conduta. O mesmo acontece com a humildade, não é preciso ficar afirmando que se é humilde: o comportamento da pessoa que demonstra isso. Quem se declara humilde, está tentando esconder a sua vaidade. Recusei as doações e não peço dinheiro a nenhum eleitor. Preciso sim, do seu voto para transformarmos os sonhos em obras e ações com destinação de emendas e responsabilidade. Pesquise, analise e depois vote.
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