Elias de Lemos (Correio9)
A pesar de ser considerada um dos principais males do século XXI, a depressão ainda é um desafio para médicos e psicólogos. E a cada dia, mais e mais pessoas apresentam sintomas ou são diagnosticadas com a doença. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 300 milhões de pessoas sofrem com o problema. No Brasil, o número de casos entre jovens de 15 a 29 anos cresceu em 18,4% nos últimos anos. Mas a depressão não escolhe idade.
Com o objetivo de ajudar quem luta contra a depressão, a pavoense Fernanda Pratti Piontecowski, de 32 anos, criou o grupo “Juntos Pela Vida”. Ela está agregando pessoas para conversar, trocar experiências e dar apoio para a superação da doença. As conversas acontecem em um grupo formado no WhatsApp. Mas, segundo ela, a ideia é ampliar o movimento com a realização de encontros presenciais, no mesmo modelo dos Alcoólicos Anônimos, AA.
Fernanda esteve na redação do Correio9, onde falou do voluntariado que está começando a fazer. Ela esclarece que não tem formação na área de psicologia. No entanto, ela carrega a experiência de já ter passado pela depressão. “Eu tive esta ideia há dois anos, queria muito fazer isso, mas não tinha iniciativa”, declarou.
Segundo ela, o objetivo do grupo não é tratamento clínico, mas de troca de experiências e vivências entre pessoas que vivem situações semelhantes. “O objetivo é ajudar”, enfatizou a criadora do movimento.
Ao narrar a sua experiência, ela diz que enfrentou muitas dificuldades, precisou de ajuda contra a depressão, mas não obteve. Para ela, as pessoas, em geral, por falta de compreensão sobre o assunto, não tratam a depressão como ela é.
O grupo “Juntos Pela Vida” nasceu há pouco tempo, mas está crescendo e já conta com mais de vinte pessoas. Ela se emociona ao descrever as reações dos participantes: “Às vezes a pessoa começa o dia desanimada e, após alguma conversa, começa a dizer: estou melhor”.
Além de pessoas de Vila Pavão, tem participantes de Vitória, São Domingos do Norte, Boa Esperança, Nova Venécia e Santa Maria de Jetibá.
Ela esclarece que não há limite de vagas. O grupo é aberto a qualquer pessoa e a todas as idades. Não há conotação religiosa, nem política.
As regras limitam o assunto ao tema “depressão”. Não é permitido falar de política, nem de religião.
Setembro Amarelo
Para a criadora do “Juntos Pela Vida”, as campanhas preventivas não surtem efeito: “Esse negócio de Setembro Amarelo, não dá em nada. Isso tem que se feito todos os dias.
O estigma, particularmente em redor da Doença Mental, faz com que muitas pessoas que pensam em suicídio ou que já o tentaram, não procurem ajuda especializada.
Para Fernanda, a prevenção não tem sido adequadamente conduzida devido à falta de consciência do suicídio como um grave problema de saúde pública e do tabu em várias sociedades para o discutirem.
Aumentar a consciência da comunidade e acabar com o tabu são fundamentais para progredir na prevenção. Para participar do grupo, o contato é (27) 9.9912-1833.
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