A altura impressiona. Aos 18 anos, Stephanie Soares tem dois metros de altura. Mas é quando a bola sobe que essa pivô, nascida em São Paulo, impressiona. Jogando desde o início da temporada na The Masters University, na Califórnia, ela tem números impactantes na Naia, segunda liga universitária mais importante dos Estados Unidos. Estatísticas que a colocam como uma das principais apostas para o futuro da WNBA segundo a ESPN americana. No dia 13 deste mês, Stephanie, que impressionou seu treinador por enterrar com apenas uma das mãos, estará em ação na fase final nacional da Naia, em Billings, Montana. No primeiro round o time pega os Drovers, da University of Sciences and Art, de Oklahoma.
“Recebi com muita gratidão esses 96 pontos da ESPN. Primeiro a Deus, que me colocou sempre em boas oportunidades, e pelos técnicos que me ajudaram até aqui a crescer como jogadora. E ao meu pai que me ajudou nesses 18 anos de basquete”
No ano passado, Stephanie debutou na seleção feminina adulta jogando o Sul-Americano em Tunja, na Colômbia. Chamou a atenção de todos na Confederação Brasileira de Basketball por sua altura. Ganhou experiência , jogou 16 minutos contra o Chile e outros dez diante da Colômbia na semifinal. O Brasil chegou até a final e foi derrotado pela Argentina.
– Tenho muito tempo pela frente para chegar ao nível das ótimas jogadoras atuais do Brasil e da WNBA. Com certeza preciso melhorar meu jogo em quadra, e se assim for, fazer parte da seleção brasileira em uma Olimpíada ou na WNBA, e poder contribuir com a equipe – explica a menina.
Na estreia nos EUA, a brasileira teve números impressionantes. Em 32 jogos, acumulou incríveis 158 tocos, média de quase cinco por partida. Foram 294 rebotes, 9,18 por jogo. E conseguiu uma média de 16,4 pontos por partida. Em fevereiro, diante de Westmont, foram 26 rebotes. O desempenho logo no primeiro ano deixou o técnico Dan Waldeck muito animado com o futuro da brasileira, que aparece no ranking da ESPN como um prospecto de cinco estrelas e na posição 53, além da décima colocação para a posição de pivô, apesar de ser uma freshman, ou seja, estar em seu primeiro ano universitário.
– Não existem muitas jogadoras como ela. Stephanie não tem só a altura. Ela pode chutar, ela pode passar. Stephanie tem habilidades de uma armadora. Ela está apenas arranhando a superfície de seu desenvolvimento. E eu sei que há mais coisas boas por vir. Stephanie teve um ano tremendo, mas o que a maioria não vê é a abordagem humilde e trabalhadora que ela traz todos os dias. Estou muito orgulhoso de como ela cresceu – disse o treinador, destacando que Stephanie optou pela universidade pelo convívio familiar que terá lá, o que pode ajudar no seu desenvolvimento.
Stephanie respira basquete. O pai, Rogério, jogou na mesma The Masters University e tem muitos amigos na Califórnia. A mãe, Susan, jogou a modalidade nos Estados Unidos. Ela, inclusive, foi eleita a high school do ano em 1986 e atuou na Universidade do Texas. Seu irmão, Tim Soares, de 2,12m, está no segundo ano na mesma TMU, já foi eleito para a seleção da temporada e o jogador de defesa do ano. A Naia (National Association of Intercollegiate Athletics) é a segunda mais importante liga esportiva universitária dos EUA. Possui mais de 60 mil estudantes em 13 esportes, com quase 300 universidades filiadas. Perde em relevância apenas para a NCAA, onde certamente Stephanie também poderia estar caso essa fosse sua opção.
“Estou trabalhando duro para melhorar ainda mais o meu jogo de garrafão e o meu arremesso. Ainda tenho muito a evoluir, com certeza”
A pivô começou no projeto Atletas em Ação, depois passou pelo Nosso Clube, do Recife, atuou pelo Bradesco e foi para os Estados Unidos. Lá, esteve no Mount Baker High School e pela equipe da associação Team XPress, de San Antonio, antes de ir parar na The Masters University, onde joga pelo Mustangs, o nome da equipe de basquete da universidade que fica em Santa Clarita, na Califórnia.
Comente este post