O nome Itaúnas é um topônimo – nome geográfico próprio de região – de origem tupi que significa “pedra negra”, através da junção dos termos itá = pedra e un = negro. O nome lhe foi atribuído em alusão às pedras negras do fundo do Rio Itaúnas, que margeavam a antiga vila. A vila é famosa pelas dunas e pela dança, que faz parte da cultura local.
Anualmente Itaúnas recebe a visita de dezenas de milhares de forrozeiros de todas as regiões do país, que se deslocam até a vila para desfrutar do autêntico forró pé de serra, que por lá toca o ano inteiro.
Todos os anos, no mês de julho, é realizado o “Festival Nacional de Forró de Itaúnas”. Por ocasião do festival, é realizado um circuito no conhecido “Bar Forró” onde bandas de todo o Brasil competem, sendo eleitas as melhores por um júri especializado. O público torce bastante por suas bandas preferidas e faz um espetáculo à parte durante as apresentações, tornando o evento ainda mais interessante.
Nessa época, Itaúnas é invadida por milhares de pessoas de todo o Brasil e do mundo, que se hospedam nas diversas pousadas, áreas de campings e residências existentes no local e também desfrutam de muitos recintos onde a diversão é garantida. Seja no Buraco do Tatu, na Padaria, no Café Brasil, no Bar da Ponte ou também no Crepe Samba Groove.
Sobre o Festival
O Bar Forró de Itaúnas foi criado em 1989. Na época, aconteciam os bailes da comunidade e existiam pouquíssimos estabelecimentos comerciais, um restaurante, uma pousada… Foi então que os donos do restaurante e do bar descobriram o sanfoneiro Luiz Geraldino, em São Mateus, cidade próxima de Itaúnas. Ele começou a se apresentar no Bar Forró e a moda pegou.
Na época, o turismo em Itaúnas crescia. O forró pé de serra agradou ao público paulista em princípio, que levou a moda como sendo o forró universitário. Os visitantes começaram a iir, atraídos pelo forró e/ou pelas belezas naturais locais. O boca a boca sempre foi a maior mídia do forró, e o movimento cresceu muito, frequentado por um público composto em sua grande maioria por estudantes universitários, o “Bar do Forró”, como é carinhosamente conhecido, vem se destacando pelo forró tocado e dançado em suas dependências, sempre animado ao som da sanfona, zabumba e do triângulo. O que era antes sinônimo de confusão passou a ser visto como ícone de sensualidade, de forma que o jeito novo de dançar disseminado por Itaúnas vem fazendo cada vez mais adeptos, revelando cada vez mais novos talentos e resgatando grandes nomes da nossa música.
Artistas como Marinês, Dominguinhos, Mestre Zinho, Geraldo Azevedo, Arleno Farias, Xangai, participaram muitas vezes dos eventos, e sempre colocavam Itaúnas como o local responsável por um dos maiores movimentos de resgate da música regional nordestina. Bandas como Falamansa e Rastapé começaram tocando em intervalos de shows no Bar Forró. E tantos outros nomes importantes do movimento forró pé de serra, que garantem a animação com a energia mágica do ritmo, aos visitantes e moradores da vila.
Além de abrir suas portas ao melhor do Forró, o “Bar Forró de Itaúnas” sempre cedeu espaço aos novos valores, tendo lançado no mercado, grupos como: Chama Chuva, Trio Lubião, Trio Virgulino, Trio Xapadão, Nó de Forró, Trio Jerimum, Baião Caçula, Havengar, Trio Potiguá e tantos outros valores, sendo que de suas pistas saíram também os passos sensuais dançados por turistas e nativos, que vem encantando todo o Brasil, e ultimamente fazendo sucesso também no exterior.
Em contato com a redação do Correio9, Severo Gomes, ex-vocalista e triangulista do Trio Potiguá, nos contou: “Para mim Itaúnas é onde tudo começou em minha carreira. Nunca vi lugar tão bonito igual aquele lugar; o melhor festival do mundo. Só tem forrozeiro bom e cada ano que passa fica melhor. A juventude aderiu ao forró pé de serra e fico muito feliz com isso, sou um cara realizado”, destaca o cantor.
Severo lembra que a primeira vez que compareceu ao Festival foi no ano de 2001. “Uma amiga minha chamada Edna disse que eu devia conhecer Itaúnas, mas não havia recursos naquele momento para eu sair do Rio Grande do Norte rumo a Itaúnas. Então, outro amigo chamado Alexandre, bancou a viagem para nós, e, o Tatu [proprietário do Bar Buraco do Tatu] prometeu hospedagem. Fomos para Itaúnas fazer uma só apresentação no local de graça. Só que na primeira apresentação, o Tatu nos pagou, pois o Bar Forró ficou sabendo da banda e acabou nos contratando. Fechamos quatro datas no Buraco do Tatu e mais quatro no Bar Forró. Foi uma maravilha, o momento mais realizador de minha vida e graças a Deus até hoje me consagrei em Itaúnas e tenho muitos fãs e amigos nessa região”, revela.
Thiago Vianna, artista e proprietário do estabelecimento Canto do Rio – Suítes e Camping (de Itaúnas) nos disse: “Para mim, que viajo bastante pelo Brasil acompanhando o cenário do pé de serra, posso te dizer sem sombra de dúvidas que o Fenfit é o maior festival de forró do planeta. São muitas pessoas que vem do Brasil e até de outros países também. Isso é muito importante, pois a cultura do forró pé de serra está sendo sempre exaltada”, salienta Vianna.
Para Sérgio Dário, morador de Nova Venécia, Itaúnas é o lugar onde ele se sente bem, em harmonia com a natureza e suas belas paisagens. “É também um lugar enriquecedor por conta da cultura, que apresenta diversas manifestações folclóricas, além de ser a capital nacional do forró pé de serra”. Sérgio nos conta ainda que nunca deixou de participar de um Festival e que foi marcante conhecer a figura excêntrica do Sr. Tamandaré, o último morador da antiga Vila de Itaúnas, que se localizava onde hoje se encontra as dunas.
Este ano o Festival acontecerá entre os dias 15 e 22 de julho e excursões já estão sendo programadas para o ‘pequeno paraíso alucinado’.
“Ah, que saudade de Itaúnas…”
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