Movimento das mulheres teve início há mais de um século
No dia 8 de março, comemora-se o Dia Internacional da Mulher. Neste dia, é comum ver um clima festivo em torno da data, com parabéns, elogios e oferta de flores às mulheres. Entretanto, o objetivo desse dia é convidar a sociedade a refletir sobre a condição feminina no mundo e a debater a questão da desigualdade de direitos entre mulheres e homens, em prejuízo das mulheres.
Assim, a ocasião busca firmar a equidade de direitos entre os gêneros, sem que as diferenças biológicas entre os sexos sejam utilizadas como pretexto para diminuir o valor da mulher, como tem ocorrido historicamente.
A data foi oficializada em 1975 pela Organização das Nações Unidas (ONU), que definiu aquele período também como “Década da Mulher”. Diversas versões justificam a escolha da data, e todas elas constroem uma imagem das mulheres como combativas, revolucionárias e de esquerda.
Não há consenso sobre a origem da escolha da data. O “Dia da Mulher” é uma celebração com diversas explicações, para sua origem. Muitas destas explicações afirmam que o 8 de março teria tido início depois de um incêndio – ocorrido em 1857 – numa fábrica de Nova Iorque, durante o qual dezenas de mulheres teriam sido carbonizadas.
Estudiosos do tema afirmam, entretanto, que esse evento jamais ocorreu. Segundo esses especialistas, não há registros factuais sobre um incêndio naquele ano, nem naquelas condições. Há, porém, diversos registros de greves, maus tratos e repressões de trabalhadores e trabalhadoras entre o final do século XIX até 1911, inclusive relatos de um incêndio em condições semelhantes, ocorrido em Nova Iorque, em 1910.
Os primeiros relatos de um dia dedicado à causa das mulheres aconteceram em Chicago, em 1908, quando foi celebrado o primeiro Woman’s Day (Dia da Mulher). O evento socialista, noticiado pelo jornal mensal The Socialist Woman, aconteceu num teatro e reuniu 1500 mulheres que saudaram as reivindicações por igualdade econômica e política entre homens e mulheres.
No ano seguinte, em 28 de fevereiro de 1909, foi realizado o primeiro Dia da Mulher, como movimento nacional, assumido pelo Partido Socialista. O objetivo era obter o direto de voto e o fim da escravidão sexual. Muitas mulheres, socialistas ou não, aderiram ao Dia da Mulher.
Por fim, a celebração da data teria tido origem no ano de 1910, durante o II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas, em Copenhague, capital da Dinamarca. Na ocasião, a alemã Clara Zetkin, líder do movimento comunista, sugeriu a criação do Dia Internacional da Mulher, ficando a cargo de cada país escolher a data de sua conveniência.
Sua proposta era seguir o exemplo das socialistas americanas. Esse acontecimento deu início ao caráter internacional do movimento.
A fixação da data no dia 8 de março estaria relacionada ao papel das operárias russas nas ações que deram início à Revolução Russa, em 1917. As trabalhadoras teriam saído às ruas naquele dia, numa manifestação espontânea, para exigir pão para seus filhos e o retorno de seus maridos e filhos da guerra – a Primeira Guerra Mundial. Foi o Dia Internacional das Mulheres Operárias. De acordo com registros, esse teria sido também o início da revolução que desembocou no surgimento da União Soviética.
Finalmente, foi encontrado um documento da Conferência Internacional das Mulheres Comunistas de 1921, no qual “uma camarada búlgara sugere o dia 8 de março como Dia Internacional da Mulher, lembrando a iniciativa das mulheres russas”.
Desse modo, o caráter combativo, de resistência e revolução do 8 de março está ligado às lutas do feminismo e dos movimentos de esquerda, ocorridos principalmente na década de 70.
Dia Internacional da Mulher neste ano celebra ativistas rurais e urbanas
A ONU Mulheres definiu que o tema do Dia Internacional da Mulher deste ano é “O tempo é agora: ativistas rurais e urbanas transformam a vida das mulheres”. Neste ano, o 8 de março ocorre dentro de um movimento mundial sem precedentes por direitos, igualdade e justiça. Assédio sexual, violência e discriminação contra as mulheres conquistaram as atenções e o debate público, com crescente pressão em favor da mudança.
A ONU Mulheres foi criada, em 2010, para unir, fortalecer e ampliar os esforços mundiais em defesa dos direitos humanos das mulheres. Teve origem no Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (UNIFEM) em defesa dos direitos das mulheres, especialmente pelo apoio a articulações e movimento de mulheres e feministas, entre elas mulheres negras, indígenas, jovens, trabalhadoras domésticas e trabalhadoras rurais.
A Organização tem sede em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Possuindo escritórios regionais em países da África, Américas, Ásia e Europa. Nas Américas e Caribe, o escritório regional está situado no Panamá. No Brasil, o escritório opera em Brasília.
Pessoas e organizações de todo o mundo estão se mobilizando por um futuro mais igualitário, por meio de protestos e campanhas globais. Outras iniciativas que abordaram temas que vão desde a questão da igualdade salarial até a representação política das mulheres.
Para a agência das Nações Unidas, neste ano de 2018, o Dia Internacional da Mulher é uma oportunidade para transformar este movimento global em medidas concretas em favor das mulheres de todos os ambientes — rural e urbano — e de reconhecer as ativistas que trabalham sem descanso para reivindicar direitos e desenvolvimento pleno das mulheres.
O tema do Dia Internacional da Mulher, em 2018, chama atenção para os direitos e o ativismo das mulheres rurais, que constituem mais de 25% da população mundial, e 43% das mulheres da força de trabalho agrícola do mundo.
Estas mulheres cultivam as terras e plantam sementes para alimentar as populações, garantem a segurança alimentar das suas comunidades e geram resiliência diante do clima. Contudo, em praticamente todos os indicadores de desenvolvimento, as mulheres rurais estão atrasadas em relação aos homens rurais e as mulheres urbanas devido às desigualdades de gênero e à discriminação histórica.
Oito sinais de que seu companheiro não te respeita e de que você pode estar sendo vítima de violência
Ter que lidar com um parceiro agressivo e obsessivo coloca a mulher em uma situação de extrema vulnerabilidade, medo, insegurança e até vergonha. Viver um relacionamento abusivo pode ser devastador para uma mulher.
Confira abaixo oito sinais que indicam desrespeito com a mulher e que podem indicar a prática de violência:
1. Se o seu parceiro aparece em seu trabalho de surpresa ou chega à sua casa sem ser convidado, isso pode ser um indício de comportamento abusivo. Muitas mulheres experimentam esse tipo de situação quando rompem o relacionamento e o ex-namorado começa a aparecer sem um aviso prévio, criando cenas e forçando encontros. Esse tipo de ocorrência normalmente traz para a mulher uma sensação de sufocamento e perseguição.
2. Se o seu namorado se recusa a deixar sua casa quando você pede para ele sair ou fecha as portas para evitar que você saia, é hora de repensar a relação. Em alguns casos, as mulheres são ameaçadas e mantidas presas em momentos de brigas e discussões. Se isso acontecer, chame a polícia.
3. Se você já sofreu uma tentativa do seu parceiro de forçar o sexo ou usar agressão e coerção para manter relações sexuais, termine o relacionamento e denuncie o fato às autoridades. Essa ocorrência é mais comum do que possamos imaginar, principalmente para as mulheres casadas.
4. Se o seu parceiro sempre tenta te colocar para baixo e reclama se você não perde peso, se você corta o cabelo ou tenta mudar algo em sua aparência, isso significa que você está vivendo um relacionamento abusivo.
5. Se o seu namorado tenta controlar suas amizades e não te deixa sair sozinha, saiba que isso também significa uma violência contra a sua liberdade.
6. Se você é proibida de ter privacidade e seu namorado lê seus e-mails e mensagens instantâneas, você está sendo vítima de uma relação abusiva. Você não é obrigada a compartilhar suas senhas de Facebook e telefone.
7. Se o seu parceiro ameaça machucar a si mesmo caso você não faça o que ele quer ou use outras formas de manipulação, fique atenta e coloque fim ao relacionamento.
8. Se você tenta ignorar os comportamentos estranhos do seu parceiro e se engana achando que os abusos são normais, saiba que você pode estar correndo um sério risco. Se o seu namorado não aceita suas respostas negativas ou não responde quando você diz não para ele, fique atenta.
Espírito Santo é o 3º estado que mais mata mulheres no Brasil
As estatísticas sobre relacionamentos abusivos mostram que eles são assustadoramente comuns. Segundo a National Domestic Violence Hotline, uma em cada quatro mulheres será vítima de violência física grave em algum momento da vida. Dados estatísticos mostram que no Espírito Santo, a realidade das mulheres não é fácil.
O Estado registrou a morte de 41 mulheres em razão de gênero. Com isto, o Espírito Santo tem a maior taxa de feminicídios do Sudeste e a terceira maior do Brasil em 2017.
A taxa no estado foi de 2 mortes a cada 100 mil mulheres, quatro vezes maior do que a taxa do país, de 0,5. No Brasil, 946 mulheres foram vítimas de feminicídio em 2017.
Em 2016, foram registrados 35 feminicídios no estado, uma taxa de 1,8. Em 2015, não havia notificação do crime na Secretaria da Segurança Pública do Espírito Santo.
Pelo menos cinco casos de feminicídio chocaram a população capixaba no ano de 2017.
Um deles foi o assassinato da Ruthileia Poubel de Souza, de 22 anos. Ela foi esquartejada pelo companheiro, Anderson Cicero da Silva, em abril de 2017. Segundo a polícia, o acusado jogou partes do corpo da vítima às margens da BR-101. Ele foi autuado por homicídio e ocultação de cadáver.
Os feminicídios são aqueles casos que ocorrem em razão de violência doméstica e por questões de gênero, quando a mulher é morta pela condição de ser mulher. Na maioria absoluta, crimes passionais são os que configuram o feminicídio.
CAPIXABAS ASSASSINADAS
8º Encontro de Mulheres será neste sábado, na Escola Claudina Barbosa, em Nova Venécia
Neste sábado, 10 de março, vai acontecer o 8º Encontro de Mulheres, promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Nova Venécia e Vila Pavão (STRAF).
O evento começa às 8 horas da manhã, na Escola Claudina Barbosa em Nova Venécia, ao lado do Sindicato, com uma programação que inclui café da manhã, momento de oração, palestra (Saúde da Mulher), almoço, momento do sindicato, momento cultural e sorteio de prêmios.
O encontro anterior foi realizado no dia 18 de março de 2017, quando reuniu mais de 600 pessoas na quadra de esportes da escola Claudina Barbosa.
O evento é exclusivo para as mulheres sócias do Sindicato. De acordo com o presidente Wasley Darós Cesconetto, a equipe do Sindicato está trabalhando “com muito empenho para realizar um evento que corresponda às expectativas das participantes”. Além de proporcionar um dia de lazer às mulheres.
A diretoria do STR anunciou que vai levar informações sobre educação no campo, previdência social, crédito rural e, especialmente, uma palestra sobre a Saúde da Mulher.
Sindicato oferece transporte para levar associadas ao evento
O Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares de Nova Venécia e Vila Pavão (STRAF), vai disponibilizar transporte, gratuito, saindo de vários pontos do município de Nova Venécia e Vila Pavão para levar as mulheres associadas ao 8ª Encontro de Mulheres. O evento acontece neste sábado, dia 10 de março.
Rotas dos ônibus em Vila Pavão
No dia da festa, as mulheres sócias do sindicato vão poder contar com um amplo serviço de transporte. Em Vila Pavão serão disponibilizados três ônibus e uma Kombi. Confira abaixo as rotas e horários dos transportes:
Praça Rica – Conceição do XV (cascudo) – Rio XV de Novembro – Veloso – Córrego das Flores – Santa Rosa do Limão. Sairá às 6:30 de Praça Rica;
Todos os Anjos – Alecrim – Todos os Santos – Vila Pavão (passando na Rodoviária); Sairá às 7:00 de Todos os Anjos;
São Gonçalo – Comunidade São Francisco de Assis – São Roque do Estevão – CEEIER – Vila Pavão (passando na Rodoviária); Sairá às 7:00 de São Gonçalo;
A Kombi saíra às 7:00 de Beira Rio da propriedade do Sr. João Gomes – passando no Córrego do Tamanduá – Comunidade Figueira até o asfalto.
Risonete ministra palestra para 120 alunas da Escola Stanislau Zucolotto nesta quinta-feira
Com o tema: “ o tempo é agora”, a advogada Risonete Oliveira faz palestra nesta quinta-feira (08) para 120 alunas da Escola de 1º grau Stanislau Zucolotto. Em sintonia com o tema escolhido pela ONU MULHERES para 2018, “o tempo é agora: ativistas rurais e urbanas transformam a vida das mulheres”. Segundo Risonete, esta ação tem se manifestado em campanhas mundiais, abordando questões que incluem desde igualdade salarial até a representação política das mulheres.
O 8 de março de 2018 acontece meio a um movimento global em busca de direitos, igualdade e justiça.
Notoriamente assédio sexual, violência e discriminação contra as mulheres capturaram as atenções e o discurso público, com crescente proposta de mudança. Pessoas do mundo todo estão se mobilizando por um futuro mais igualitário.
“Esta data é oportuna para impulsionar medidas concretas de empoderamento de mulheres de todos os ambientes – rural e urbano – e de reconhecer as ativistas que trabalham sem descanso para reivindicar direitos e desenvolvimento pleno”, disse a advogada.
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