POR ELIAS DE LEMOS – eliasdelemos@correio9.com.br
PSB é o vitorioso das eleições 2018 em Nova Venécia
Há quatro anos, o Partido Socialista Brasileiro (PSB) perdeu, em um acidente de avião, seu nome mais proeminente e aposta para chegar pela primeira vez à Presidência da República, Eduardo Campos. O projeto foi interrompido, mas a sigla não para de crescer e se fortalecer a cada eleição. Em Nova Venécia, o partido do prefeito Mário Sérgio Lubiana, o Barrigueira, e do governador eleito, Renato Casagrande foi o grande vencedor das eleições 2018.
O partido venceu todas as disputas em Nova Venécia, concentrando os maiores percentuais de votos em todas as categorias. No município, Renato Casagrande recebeu 63,54% dos votos válidos – o dobro da soma dos demais candidatos e a maior média no Estado. Enquanto na disputa para o senado, Marcos Do Val e Ricardo Ferraço, concentraram 37,25%.
Para deputado federal, os eleitos Felipe Rigoni e Paulo Foleto somaram 15,31% dos votos venecianos.
No município, o PSB não encabeçou nenhum dos oito candidatos a deputado estadual, por Nova Venécia. No entanto, dois candidatos eleitos pelo partido, Sergio Majeski e Bruno Lamas obtiveram 1,12% da votação.
Em números absolutos, em Nova Venécia, o PSB obteve 16.255 votos para governador e outros 16.947 para senador. Já os deputados federais pessebistas, eleitos, somaram 4.200 votos (números bem superiores do que os registrados por candidatos apoiados por outras lideranças locais).
O total somado pelos candidatos eleitos para a Assembleia Legislativa – que obtiveram 3.420 da preferência do eleitorado – é maior que o veneciano mais votado na cidade, Clio Venturim (PRB), cuja votação foi de 3.399 votos.
Juntos todos os candidatos a deputado estadual, ligados ao grupo do prefeito Barrigueira levaram 10.200 votos. O número é maior que a votação obtida por todos os candidatos “venecianos”, que ficou em 9.185. Já os que disputaram à Câmara Federal contabilizaram 10.050, contra 2.429 obtidos pelos venecianos Leide Fagundes (PT) e Wemerson Nogueira (Rede).
Nova Venécia foi para a eleição com oito candidatos a deputado estadual. Porém, nenhum deles construiu uma candidatura com algum grupo. A maioria das candidaturas foi solitária. O presidente da Câmara de Nova Venécia, Antonio Emílio (PPS) não conseguiu nem o apoio dos seus pares. E, mesmo com o apoio do ex-prefeito, Walter De Prá, que governou o município por três vezes, sua eleição não vingou.
Clio Venturim, mesmo apoiado por três ex-prefeitos – Wilson Japonês, Adelson Salvador e Antônio Moreira – não passou dos 3.399 votos na cidade.
A votação do deputado Padre Honório (PT), que em 2014 recebeu 7.479 votos em Nova Venécia, caiu para 1.051.
O resultado da eleição deixa aberto o caminho para a sucessão municipal, em 2020.
2020 vem aí!
No decorrer dos lançamentos das pré-candidaturas e, também, durante a campanha eleitoral, foi possível notar as expressões de confiança de todos os candidatos. No entanto, sem poder provar por A mais B, é possível afirmar que boa parte dos que ingressaram na disputa, buscou valorizar seus passes, rumo à eleição municipal de 2020.
Ocorre que, ao se exporem na corrida para a Assembleia Legislativa, muitos candidatos saíram menores do que entraram.
Um que surgiu, quase do nada, e surpreendeu foi José Carlos Correa Jorge (PRP) que levou 673 votos.
Clio Venturim fez uma declaração que diz muita coisa.
Contraponto Correio9
Há algum tempo tenho escrito, na coluna Contraponto Correio9, que há um prenúncio de novos dias na política veneciana.
Um que ficou explícito, nestas eleições, é o racha no grupo vigente. Muitos estão procurando novos ares. No entanto, prevalecendo estas escolhas, as perdas continuarão.
Quais perdas? Primeiro é importante compreender os ganhos que estão sendo buscados.
A política dominante em Nova Venécia foi construída a partir de uma aliança em torno do, então, candidato Barrigueira, lá em 2012. Acontece, que nestes quase seis anos, ambições individuais foram se avolumando.
Hoje, vereadores sem dois anos de mandato, já vivem olhando para a cadeira de prefeito.
Daí que, neste momento, o comando político veneciano está fazendo escolhas, procurando voar fora do grupo do prefeito Barrigueira. Alguns já fizeram isto ao lançarem suas candidaturas. O que aconteceu?
As eleições demonstraram, pelo menos, duas coisas: o eleitor entendeu tudo. O eleitor sabe o que você fez no seu mandato passado. Isto ficou claro.
Outra coisa é que não se faz uma campanha sozinho, nem com base nas suas tradições.
Casagrande bem votado em NV
E vai cobrar por isso! De que forma?
O Correio9 tem noticiado o drama vivido por parte da população de Nova Venécia, que enfrenta situações difíceis, nas mais variadas formas.
Na conversa que tive com os secretários Edson Maquiori e Rômulo Baía, perguntei quais as questões prioritárias, que carecem de solução no município.
Eles mencionaram três problemas, sem hierarquia: a) as questões infraestruturais do Bairro Aeroporto; b) a pavimentação da Avenida Guanabara; e c) os problemas infraestruturais do Bairro Padre Giane.
Citaram, também, a questão das UTI’s, para o Hospital São Marcos.
Em relação ao interior, tem as pontes da Rodovia Oswaldo Secchim, que passa por Cristalina; o asfalto do XV e a conclusão do ‘Caminhos do Campo’ até Santo Izidoro.
É possível acreditar
A crença de que as prioridades citadas pelos dois secretários possam se tornar realidade é fundamentada por eles em exemplos do governo, anterior, de Renato Casagrande.
Enquanto foi governador, Casagrande fez inúmeras visitas a Nova Venécia. Neste período, nem que nem tudo tenha sido atendido, muitas coisas foram resolvidas.
O ‘Caminhos do Campo’, até a Gameleira; a Praça Jones dos Santos Neves (Praça do Bradesco); o hortomercado; praça Adélio Lubiana; a reforma da Superintendência de Educação; torres de internet no interior; teve o projeto de habitação rural; o asfaltamento do XV, Rede Cuidar, e a praça saudável do Altoé, foram erguidos neste período.
Agora, existe a expectativa de que, com o realinhamento do município com o Governo do Estado, as coisas voltem a acontecer.
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