Os veículos brasileiros deverão trocar suas placas até 31 de dezembro de 2022. A decisão foi tomada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran), na última terça-feira (06). A troca é para adaptar a identificação dos veículos brasileiros ao padrão do Mercado Comum do Sul, Mercosul.
De acordo com a decisão do órgão, as placas devem conter identificação de estados e municípios, medida que contraria a consulta realizada pelo próprio Denatran ao Ministério das Cidades. No ofício encaminhado à assessoria de Relações Internacionais da pasta, o departamento questionou a necessidade de constar no novo modelo de placas brasões de identificação regional.
Técnicos envolvidos no processo de mudança assumiram que a medida tem cunho arrecadatório. O gasto estimado para a troca de placas deve ficar entre R$ 11,4 bilhões e R$ 18,9 bilhões – que devem custar entre R$ 120, e R$ 200, cada uma. Além disso, o setor ainda teria uma demanda garantida com a transferências de veículos de um estado a outro. Nesse caso, uma nova placa teria de ser feita. Em 2017, foram realizadas 1,4 milhão de transferências, conforme dados do Denatran.
Novas placas terão tecnologia
A mudança prevê, também, a implantação de um chip e uma película na placa. Entretanto, alguns especialistas afirmam que o sinal do dispositivo piora com o uso da película. Além disso, foi previsto o uso de um QR Code e de um lacre. No entanto, os parâmetros do código não foram definidos na norma aprovada pelo Contran.
O atual sistema de placas brasileiro conta com três letras e quatro números, o que dá uma vida útil de 10 anos. No novo modelo, as placas passarão a ter três números e quatro letras. O equipamento terá uma faixa azul no alto, uma tira holográfica do lado esquerdo e um código bidimensional contendo a identificação do fabricante, a data de fabricação e o número serial da placa.
A resolução original definiu que carros, motos ou caminhões emplacados ou transferidos a partir de 2016 deveriam contar com a nova identificação. Foi definido também que será criado um sistema de consultas e compartilhado entre os países membros do bloco para combater os roubos de veículos, tráfico de pessoas e de drogas. O novo sistema possibilitaria identificar o proprietário, o tipo, a marca, o modelo, o ano de fabricação e o número do chassi do veículo, além de se obter informações de roubos e furtos.
A primeira etapa entra em vigor em 1º de setembro de 2018, com a adoção do novo padrão de placas em veículos zero quilômetro, em transferências ou em substituição de placas. Já os carros usados terão até 31 de dezembro de 2023 para fazer a mudança.
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