A torta pode ser até doce. Mas tem que ser macabra! Este é o ponto de partida do trabalho da alemã Annabel de Vetten-Peterson. Radicada na Inglaterra, ela se especializou em tortas cujo sabor compete com a sensação de terror que elas provocam. De corpos em decomposição a animais bizarros, tudo que provoque aquele clássico frio na espinha se torna ingrediente para ela adicionar à farinha e ao açúcar. Annabel conversou com o blog e contou que odeia coisas “fofas”. Difícil duvidar.
Quando e por que você começou a fazer tortas de terror?
Acho que foi um ano após fazer a minha primeira torta, a do meu próprio casamento, pois o dinheiro estava curto. Sempre amei o bizarro e terror, então não faria sentido fazer tortas fofas. Não combinam comigo. Odeio coisas fofas.
Como foram as reações?
Fiquei surpresa com o fato de as pessoas desejarem comprar as minhas tortas. Não foi nada planejado. Meus amigos começaram a fazer encomendas. Eles também não gostam de coisas fofas. E aí o negócio decolou.
Qual foi a primeira encomenda?
Seis anos atrás, uma amiga encomendou uma torta retratando pulmões, pois o marido estava internado com fibrose cística. Foi a minha primeira torta anatômica. As enfermeiras amaram. Acabei no informativo do hospital. Depois eu fiz uma série de tortas como se fosse um banquete real. Só que os pratos eram assustadores. Adoro fazer tortas com algum senso de humor. E ainda bem que o meu amigo se recuperou. Acho que a torta ajudou. Deve ter havido alguma mágica.
Quais são as suas inspirações?
Muitas coisas: filmes, objetos, esculturas antigas, livros de História, museus…
Algum filme em particular?
Sim, sou louca por Hannibal Lecter (personagem central do filme ‘O Silêncio dos Inocentes’, interpretado por Anthony Hopkins).
Quais foram as tortas mais assustadoras que você já fez?
Espera, preciso olhar as fotos. Acho que as de bebês com cabeça de chocolate, a cabeça de um bode assado e as do banquete, que tinha pratos bem macabros, como bife estragado e larvas suculentas.
Você já recusou encomenda?
Até agora não. Mas eu me imponho limites. Não faria tortas de genitais cortadas e de atos retratando violência. A menos que elas tivessem um contexto cinematográfico.
Você tem algum outro trabalho?
Sim, trabalho em uma funerária que faz enterros ecológicos.
Isso interfere nas tortas?
Sem dúvida. Acabo ficando íntima dos mortos. Por isso, a pele nas minhas tortas é tão realista.
Alguma formação artística a ajuda na criação das tortas?
Sim, fui artista plástica muito tempo. Estudei escultura, sempre fui criativa.
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